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Alice Wakai para E-commerce Brasil

Padronização de produtos de moda no online: existem iniciativas neste sentido


Durante o Fórum E-Commerce Brasil, aconteceu o bate-papo “Padronização de produtos de moda no online: existem iniciativas neste sentido?”. A iniciativa do E-Commerce Brasil visou buscar soluções para resolver este problema e entender como isto é feito pelos players brasileiros.

O avanço nos estudos de antropometria e aplicação das novas regras de padronização, são necessários numa era de negócios digitais. O consumidor brasileiro ainda encontra muita disparidade de tamanhos entre confecções, e estas normas propiciarão maior assertividade para indústria e satisfação para o cliente.

A categoria vestuário e acessório foi a mais vendida em 2015 e representa 14% das compras online no país. Todo empenho da indústria em melhorar o produto, resultará fortemente neste crescimento, porque em média 37% do abandono de carrinho ocorre por insegurança da roupa não servir no tamanho.

Realizada pelo Comitê ABNT/CB-17 com apoio da Associação Brasileira de Vestuário (Abravest), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Sebrae, a pesquisa SizeBR tem as seguintes vantagens:

· Facilitar a compra do consumidor nacional e internacional

· Processo produtivo mais econômico e sustentável por evitar ponta de estoque

· Menos ponta de estoque para liquidação

· Melhor qualidade de caimento

· Melhoria no conforto do consumidor

· Unifica as regras de medidas de uma confecção para outra

· Facilita identificação de tamanhos na hora da compra

· Facilita a venda pelo comércio virtual

· Evita que o consumidor perca tempo e dinheiro

(Fonte: Sebrae)

Em 2009, a ABNT definiu as medidas para as roupas infantis e, em 2012, para as masculinas. As lojas que adotaram a norma passaram a indicar, além do tamanho, a estatura ou tipo físico para qual a peça foi feita. Estima-se que essa padronização tenha aumentado as vendas em 40%, além de contribuir significativamente para a queda do número de reclamações.

A pesquisa para normatização esta sendo feita para o vestuário feminino, com tecnologia que escaneia as formas do corpo de diversos biótipos de mulheres em todo país. Realizado pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-Cetiqt). A instituição realizou estudos antropométricos com mais de 7,4 mil pessoas do país. As mulheres pesquisadas recebem uma roupa especial e entram numa cabine que mede o corpo em 60 segundos. Esta nova tecnologia 3D com a eficácia destes dados coletados, tende a substituir os modelos de prova que não atendem a realidade da população.

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) selecionou os três mais frequentes para definir as medidas de cada tamanho. Assim, as empresas podem escolher o público alvo que querem atender e oferecer roupas na numeração definida para ele. Este olhar para o mercado interno é muito importante, porque a maioria dos padrões utilizados ainda são europeus.

As marcas que exportam em contrapartida, precisam utilizar destas tecnologias para atender padrões internacionais. Obedecendo todas as normas do país de destino. Em alguns casos específicos, por exemplo fazer coleções petit para o Japão, como faz a marca americana de jeans Seven for all mankind que percebeu as necessidades de atender esse grande mercado e adaptou a modelagem.

O e-commerce de moda pluz size também merece uma atenção especial, este ano tem uma previsão de faturar 5 milhões. Hoje representa 5% do setor de vestuário no país. A população brasileira esta 48% acima do peso (Fonte: Vigitel). Este mercado vem crescendo no comércio eletrônico, justamente por facilitar a compra com descrição detalhada de medidas e biótipos com provador virtual. Ganhando assim a confiança e respeito deste consumidor que se senti acolhido e com serviço de curadoria por especialistas de estilo.

O caimento é mais importante do que preço, sendo o segundo item mais relevante na decisão da compra de vestuário. A página de detalhe de produto precisa ter o máximo de informações para aumentar a conversão e melhorar a experiência do usuário. Estas são as mais usadas:

· Provador virtual para sugerir o tamanho, de acordo com os dados fornecidos (tecnologia, porém ainda

· Guia de medidas

· Zoom da imagem

· Flip de imagens simulando no mínimo cinco ângulos

· Vídeo do produto (aumentam a conversão, mas precisam ter resolução mais leve a fim de não comprometerem o desempenho da página. Além disso, os vídeos podem ser incorporados às estratégias de marketing nas redes sociais, principalmente o Instagram)

· Descrição detalhada (Adotar uma linguagem menos técnica, com nomes-fantasia para tecidos, por exemplo, pode ser uma boa estratégia)

Vale ressaltar também que a padronização de tamanhos em outros países tem otimizado a venda, diminuindo o abandono de carrinhos e também gastos com logística reversa. No Brasil, porém, a diversidade de biotipo torna o processo de padronização muito mais complexo. Outras variáveis como: tipo de lavagem a que os tecidos das roupas são submetidos, formas de costura, preferência das clientes na hora de vestir uma peça, corantes e até o clima influenciam diretamente na padronização de tamanhos.

Para os participantes do Meeting Room, o principal desafio (que deve ser levado como meta) é unir as marcas varejistas para que os esforços legislativos de padronização de tamanhos sejam de fato cumpridos, como já acontece em países como Estados Unidos. Somente desta forma, na visão deles, será possível promover a cultura da padronização entre os clientes, a fim de que eles se familiarizem com os tamanhos, otimizando o processo de compra e diminuindo os ruídos entre varejista e consumidor.

Colaboradoras: Érica Borges e Tati Maluf

Erica Borges, Founder of THE1 Showroom and THE GOAL


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